Quem somos

Fundado em 2018, o Cursinho Popular Construção é um curso pré-universitário que visa servir como espaço preparatório a jovens que desejam acessar o Ensino Superior, mas que não têm condições de arcar com os custos de um cursinho particular. Ele tem funcionado, desde a fundação, em escolas da região do Jabaquara, na zona sul de São Paulo.

O cursinho é voltado a estudantes que já tenham concluído ou estejam cursando o 3° ano do Ensino Médio e que desejam prestar provas de ingresso na universidade, em especial, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Todo seu corpo de educadores atua de forma voluntária e não há cobrança de nenhuma taxa ou mensalidade dos educandos – entrar no cursinho é inteiramente gratuito.

O objetivo do Cursinho Popular Construção é o de proporcionar a jovens oriundos das camadas populares da sociedade o acesso ao Ensino Superior – preferencialmente o Ensino Superior Público – algo historicamente negado pelas oligarquias que dominam o Brasil desde 1500. Além disso, visa também promover o pensamento crítico e a autonomia de seus educandos por meio de atividades como debates, ações comunitárias e passeios culturais.

Além disso, consideramos muito importante o aprendizado de debater e resolver problemas coletivamente. É por isso que ao final de cada semestre, reunimos professores e alunos para uma Assembleia Geral. É um momento para debatermos sobre o cursinho e o andamento das aulas, pensando no que precisa ser melhorado e no que tem funcionado bem. Os estudantes têm a mesma voz que educadores e coordenadores para tomar decisões sobre o cursinho no momento da assembleia.


Como funcionamos?

O Cursinho Construção funciona uma vez por semana, aos sábados, das 9h às 16h. Nesse dia, o cursinho oferece 7 aulas, de duração de 50 minutos cada. No horário do almoço, há um intervalo de 50 minutos.

Em 2022, voltaremos às aulas presenciais sediados no Centro Frei Tito, na rua Jacinto Paes, 57, próximo ao Extra da Cupecê.

Em 2021, o nosso curso continuou online por conta da pandemia.

Em 2020, o cursinho estava programado para funcionar na Escola Estadual João Amos Comenius, na Vila Santa Catarina mas, por conta da pandemia, as aulas presenciais foram suspensas e passaram a ser ministradas on-line.

Em 2018, o cursinho funcionou na Escola Estadual Ângelo Mendes. Já em 2019, funcionou na Escola Estadual Dona Pérola Byington.

As aulas das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, por abrangerem competências mais requisitadas no Enem e demais vestibulares, são oferecidas todos os sábados. Já as demais disciplinas (História, Geografia, Física, Química, Biologia, Inglês/Espanhol, Filosofia/Sociologia e Redação) têm aulas a cada duas semanas.

Além das disciplinas convencionais, o Cursinho Popular Construção também promove, a cada duas semanas, atividades de debate entre os educandos e palestras com convidados. Tais atividades foram nomeadas, respectivamente, como "Fala Aí Debate" e "Fala Aí Convida".

Durante os sábados, há intervalos de 50 minutos para que os alunos possam almoçar, descansar e confraternizar. O Cursinho Popular Construção também disponibiliza geladeira e ao menos três microondas para aqueles que queiram guardar e esquentar marmitas trazidas de casa.

O Cursinho Popular Construção não trabalha exclusivamente com apostilas didáticas de cursinhos comerciais. Na maior parte das vezes, usamos material impresso produzido por educadores, sendo em sua maioria conteúdo e exercícios referente às aulas.

Esse material é entregue em todas as aulas, de forma gratuita, a todos os educandos, além de também ser disponibilizado virtualmente no formato PDF.

O Cursinho Popular Construção proporciona a seus educandos aquilo que chamamos de "Orientação Individual".

Nesse processo, cada educando tem o direito a ter um "orientador", que será escolhido entre um dos educadores do cursinho que se voluntariar para desempenhar esse papel.

Na Orientação Individual, o educando receberá orientações sobre métodos e formas de organização de estudo, critérios para a escolha da carreira e da universidade, apoio motivacional, esclarecimento de dúvidas, entre outros pontos.

Não há formalidades na relação entre orientador e educando; ela pode se dar em encontros presenciais agendados, conversas rápidas durante o intervalo de aulas ou mesmo por comunicação via telefone e internet, com a frequência que ambos acharem a mais adequada.

Duas vezes do ano (normalmente, ao fim do 1° e do 2° semestre), o Cursinho Popular Construção aplica um simulado a seus educandos com questões de vestibulares com foco no Enem. Ele é normalmente realizado em um domingo. No simulado, os estudantes têm cinco horas para responder uma prova de 90 questões divididas entre todas as disciplinas que são requisitadas no Enem. Além disso, também deve redigir uma redação e preencher o gabarito.

Fazendo o simulado, o educando obtém uma experiência muito semelhante da que vai enfrentar quando realizar a prova do Enem, o que ajuda bastante em sua preparação para a execução do exame.

É importante frisar que o Cursinho Popular Construção disponibiliza o simulado de forma inteiramente gratuita para seus educandos.

O Cursinho Popular Construção não visa apenas "treinar" seus educandos para que possam ter um bom rendimento no Enem e nos vestibulares. Ainda que esse seja o foco, nosso cursinho também dá grande ênfase em atividades que promovam o pensamento crítico e autonomia de seus educandos, com o objetivo de contribuir para a formação de sujeitos pensantes e atuantes em um mundo tão desigual e repleto de desafios como é o nosso.

Com essa finalidade, o cursinho promove os encontros chamados de "Fala Aí - Debate" e "Fala Aí - Convida". No primeiro, os educandos são estimulados a debater temas atuais relativos à sua realidade e à sociedade de forma geral mediante a facilitação de um professor. Já no segundo, um convidado de fora do cursinho realiza uma palestra junto aos educandos sobre algum assunto candente na sociedade.

Além disso, o cursinho também promove participação em eventos e passeios culturais a museus, pontos históricos e lugares icônicos de São Paulo sempre com uma finalidade educativa e de formação crítico-cidadã.

Além das atividades em sala de aula, o Cursinho Popular Construção também busca organizar passeios e visitas com seus educandos sempre com finalidade educativa. Nessa lista estão:

  • Passeios Culturais: visita a museus, pontos históricos e outros lugares icônicos de São Paulo, como o Memorial da Resistência, o Museu Afro Brasil e a região central da cidade.
  • Feiras de Profissões: presença a feiras de profissões organizadas por universidades em que os educandos poderão conhecer mais sobre os cursos universitários que têm interesse. Já organizamos visitas à Feira de Profissões da USP, da UFABC e do CEU Caminho do Mar.
  • Eventos: participação em eventos de formação política e cidadão, como a Jornada de Educação Popular, o Ocupa USP e uma sessão da Câmara de Vereadores.
  • Trilhas: ida a lugares de contato com a natureza para a realização de trilhas e confraternização, como o Parque Ibirapuera e o Pico do Jaraguá.

Cientes que a fase de preparação para o vestibular pode ser marcada por diversos desafios emocionais para os educandos, o Cursinho Popular Construção também conta com uma equipe de profissionais de psicologia disponíveis para atividades em grupo e, se for o caso, para atendimentos individuais.

Em eventuais situações, também podemos realizar encaminhamentos para serviços públicos de saúde e fazer o acompanhamento junto à família.

No Cursinho Popular Construção, o hábito de leitura é amplamente valorizado e estimulado, visando não somente aprimorar a fluência textual dos educandos, mas também enriquecer seu repertório cultural.

Por isso, disponibilizamos a "Biblioteca Construção", que reúne livros emprestados (e não doados!) por professores e educandos, que podem ser retirados para leitura desde que, posteriormente, sejam devolvidos à biblioteca.

Há livros disponíveis de todos os gêneros: literatura, passando por ensaios e até mesmo apostilas didáticas.


Atividades e fotos

Confira abaixo as atividades que o Construção já promovou ou participou!

Em 2020, nosso cursinho se uniu a uma ação de solidariedade do Centro Frei Tito e ajudou a reunir doações e entregar cestas de alimentos orgânicos para famílias da região.

Arrecadamos R$ 47.925 reais no total, sendo R$ 13.596 na primeira campanha, R$ 30.429 na segunda e R$ 3.900 na terceira, permitindo que fizéssemos 14 entregas, incluindo uma cesta reforçada no final do ano.

Em outubro de 2019, participamos, junto com os alunos, da luta pelo Passe Livre para estudantes de cursinhos populares. Fomos juntos até a Câmara Municipal para pressionar os vereadores, que aprovaram o projeto, mas depois Bruno Covas (PSDB) não sancionou a lei, apesar da importância do projeto e do impacto baixíssimo no orçamento.

Em 2019, participamos do Ocupa USP e visitamos o Memorial da Resistência em 2018 e 2019 para relembrar e constatar junto com nossos estudantes as maneiras que nosso povo resistiu e resiste, buscando se contrapor à segregação e exclusão social imposta a nossa classe pela elite brasileira.

Em 2018, fomos ao Museu de Arte Contemporânea da USP e no Museu Afro-Brasil, ambos na área do Parque Ibirapuera, e também fizemos uma trilha no Parque Estadual da Cantareira, na zona norte de São Paulo.

Em 2018 e 2019 realizamos assembleias com estudantes, para fazer um balanço conjunto do ano, ver o que funcionou e o que não funcionou e como podemos sempre continuar melhorando nossa atuação.


Frente de Cursinhos Populares

O Cursinho Popular Construção compõe a Frente de Cursinhos Populares, uma articulação que reúne dezenas de cursinhos populares da região metropolitana de São Paulo.

A Frente de Cursinhos Populares realiza debates sobre temas ligados à educação, promove intercâmbio de experiências entre cursinhos e também organiza campanhas para a reivindicação de direitos, como foi o caso da campanha pela aprovação do passe livre para estudantes de cursinhos populares, ocorrida em 2019.

Além disso, a Frente também é responsável pela organização da Jornada de Educação Popular, um grande evento realizado uma vez ao ano que conta com debates, oficinas e grupos de discussão sobre o universo dos cursinhos populares, além de deliberar ações em conjunto para o próximo período.

Perguntas frequentes

Colocamos abaixo as respostas para algumas dúvidas comuns entre estudantes que pensam no ensino superior!

O grau de dificuldade para ser aprovado em uma universidade depende dos seguintes fatores: a universidade que você quer entrar; o curso que você pretende estudar; a sua dedicação aos estudos.

Há universidades mais difíceis de se entrar do que outras (por exemplo, universidades públicas são mais difíceis de se entrar do que universidades particulares), assim como há cursos mais concorridos do que outros (por exemplo, o curso de Medicina costuma ser mais concorrido do que o de Ciências Sociais). Além disso, alguém que estuda apenas uma vez por semana terá naturalmente menos chances do que alguém que estuda cinco vezes por semana.

O mais importante é saber que todos podem ser aprovados numa universidade, bastando apenas que você se prepare corretamente para isso (e nós estamos aqui para te ajudar com isso). A criação da lei das cotas sociais e raciais para as universidades públicas, assim como a criação do Prouni e o FIES para as universidades particulares, facilitaram bastante o acesso ao Ensino Superior (leia mais sobre isso aqui).

Nós do Cursinho Construção estamos prontos para ajudá-lo a acessar a universidade, seja proporcionando as condições de estudo para a realização do Enem, seja tirando todas as dúvidas que você tiver sobre os processos seletivos e os programas de apoio aos estudantes.

Para estudar no Cursinho Popular Construção é preciso:

  • Já ter concluído o Ensino Médio em escola pública
  • Ser estudante o 3º ano do Ensino Médio de escola pública - caso haja vagas disponíveis, bolsistas de escolas particulares também podem se inscrever

Caso você atenda a um dos requisitos e se interessou por estudar conosco, é só preencher este formulário e ler atentamente todas as orientações. Eventualmente, nós entraremos em contato com você para comunicar os procedimentos para sua integração ao cursinho.

Nada. O Cursinho Popular Construção é totalmente gratuito para seus educandos. Não há taxa de matrícula, mensalidade nem cobrança por materiais didáticos.

As aulas do Cursinho Popular Construção ocorrem aos sábados, das 9h às 16h, com pausa de uma hora para o almoço.

O Cursinho Popular Construção funciona em escolas públicas. Em 2020, o cursinho funcionaria na Escola Municipal de Ensino Fundamental João Amos Commenius, mas com o início da pandemia, as aulas passaram a ser online para a segurança de alunos e educadores.

Com certeza. Praticamente todos os educandos têm dúvidas sobre qual curso estudar na universidade e isso é mais do que normal.

Para tratar desse ponto, o Cursinho Popular Construção tem iniciativas como a Orientação Individual, visitas a feiras de profissões, aulas e palestras sobre cursos e universidades, indicações de materiais sobre a questão, entre outras.

As aulas oferecidas pelo corpo de educadores do Cursinho Popular Construção são das seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática, Redação, Física, Química, Biologia, História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Inglês, Espanhol.

Além disso, o cursinho também oferece rodas de debate, passeios culturais e visitas a universidades e feiras de profissões.

Os passeios culturais proporcionados pelo Cursinho Popular Construção são passeios a museus, centros culturais, parques e lugares históricos de São Paulo. Esses passeios têm o objetivo de promover um ambiente educativo fora do espaço da sala de aula, além de estimular a integração entre educandos e educadores.

Já as visitas às universidades buscam proporcionar aos educandos conhecer a estrutura física de uma universidade para que possa saciar sua curiosidade e também estabelecer vínculos afetivos com o ambiente universitário. Na lista de universidades que visitamos estão a USP, a Unifesp e UFABC, todas universidades públicas.

Por fim, a participação em Feiras de Profissões visa permitir aos educandos conhecer mais sobre os cursos pelos quais têm interesse na medida em que podem tirar dúvidas com estudantes universitários que participam dessas feiras.

É importante lembrar que os educandos que forem menores de idade só poderão participar dessas excursões com autorização assinada por um de seus responsáveis.

O Cursinho Popular Construção trabalha com material impresso com conteúdo referente às aulas, o qual é entregue nas próprias aulas.

Caso um educando falte à aula, ele ainda poderá acessar esse material em formato PDF, que estará disponível em uma pasta virtual na internet, ou poderá solicitar uma cópia impressa junto à coordenação do cursinho na aula seguinte.

É importante lembrar que esse material impresso é entregue gratuitamente.

O Cursinho Popular Construção é financiado exclusivamente por doações feitas por seus próprios educadores e apoiadores, e também por valores arrecadados em eventos de confraternização.

Sim. Contudo, é possível que você leve um tempo para se equiparar com o conteúdo já visto pelos educandos que estavam desde o início do período letivo. Para isso, educadores e coordenação vão colaborar com sua adaptação.

Após essa fase, você será integrado normalmente às aulas convencionais.

As aulas do Cursinho Popular Construção duram 50 minutos.

Sim, o Cursinho Popular Construção faz uma pausa de 50 minutos no horário do almoço para que educadores e educandos possam se alimentar e também confraternizar. É importante mencionar que disponibilizamos geladeira e microondas para que os educandos possam guardar suas marmitas e esquentá-las na hora que for comê-las.

Por enquanto ainda não, apenas geladeira e microondas para que os educandos possam trazer marmitas de casa.

Infelizmente, não.

Em 2019, o Cursinho Popular Construção esteve engajado em uma campanha puxada pela Frente de Cursinhos Populares para sensibilizar a Prefeitura de São Paulo a aprovar o Projeto de Lei 508/2016, que concedia a gratuidade nos ônibus municipais a estudantes de cursinhos populares e havia sido aprovado na Câmara de Vereadores. Entretanto, o prefeito Bruno Covas, do PSDB, acabou vetando esse projeto.

Entendendo o vestibular

Acessando a universidade

Para ingressar no ensino superior, há dois caminhos principais:

  1. fazer o ENEM, que dá acesso às vagas da grande maioria dos cursos das universidades federais e algumas vagas em universidades estaduais, também servindo para bolsas em faculdades privadas; ou
  2. fazer o vestibular específico de uma universidade na qual deseja entrar, como é o caso das faculdades privadas e de muitas universidades estaduais (obs: isso não exclui, em vários casos, a possibilidade de ainda usar a nota do ENEM junto)

ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio)

O Enem, como é conhecido o Exame Nacional do Ensino Médio, é um processo seletivo composto por dois dias de prova. Atualmente, ele é a principal forma de ingresso no Ensino Superior brasileiro, sendo usado principalmente para acesso às universidades públicas através do SISU. Pode participar do Enem qualquer brasileiro ou estrangeiro registrado que deseje fazer a prova. Além do Sisu, o Enem também é parte do processo seletivo do ProUni, para oferta de bolsas de estudo parciais e integrais; do FIES, para aquisição de financiamento estudantil; e do Sisutec, para ingresso em cursos técnicos.

Todas as informações sobre o exame e suas etapas podem ser acompanhadas pelo aplicativo oficial do Enem.

O Enem existe desde 1998, quando foi desenvolvido para avaliar os estudantes do Ensino Médio.

Seis anos depois, em 2004, o Enem passou a ser utilizado como método de ingresso em universidades brasileiras, mas ainda com baixa adesão pelas instituições de ensino.

A partir de 2010, com a implementação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Enem foi se fortalecendo como método de ingresso no ensino superior, com grande adesão por instituições públicas (universidades e institutos federais) e privadas (faculdades particulares) de todo o país.

As provas do Enem são realizadas em dois domingos seguidos.

O primeiro dia aborda as provas de Linguagens e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Redação. O tempo de prova é de 5 horas e 30 minutos.

No segundo dia, são realizadas as provas de Ciências da Natureza e Matemática e suas Tecnologias, com o tempo para a realização do exame reduzido para 5 horas.

Todas as informações sobre o exame e suas etapas podem ser acompanhadas pelo aplicativo oficial do Enem.

De forma geral, o Enem segue um calendário semelhante ano após ano.

O edital do exame costuma ser divulgado entre março e abril.

Já as inscrições para o Enem costumam iniciar e terminar em maio. Em junho, ocorre o período de solicitação para tratamento pelo nome social.

As provas do Enem costumam ocorrer entre outubro e novembro; em 2020, devido à pandemia de COVID-19, as provas (tanto a impressa quanto a digital) acontecerão em janeiro de 2021.

Após a divulgação do resultado do Enem, o candidato pode usar sua nota no Sisu, ProUni, Fies ou Sisutec para ingressar na instituição de ensino que desejar e em que estiver aprovado.

Após a divulgação do edital, tem início o período para pedidos de isenção do pagamento da taxa de inscrição do Enem, normalmente ainda em abril. A isenção é possível para:

  • estudantes de escolas públicas;
  • estudantes bolsistas de escolas particulares; e
  • estudantes que são inscritos no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal)

Lembrando que, no caso de quem pediu isenção no ano anterior e não compareceu à prova vai precisar justificar sua ausência para poder pedir isenção novamente.

Oportunidades com o ENEM

A partir do ENEM, você tem várias oportunidades de ingressar no ensino superior. Abaixo explicamos mais detalhadamente cada caminho possível.

O Sistema de Seleção Unificada, Sisu, é um programa do governo federal cujo objetivo é selecionar e alocar candidatos participantes do Enem em universidades públicas federais e estaduais. O programa foi lançado em 2010 pelo Governo Federal e é gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC).

Podem participar do Sisu todos os estudantes que tenham realizado o Enem no ano anterior, desde que não tenham zerado a nota da redação. Algumas universidades adotam notas mínimas para cursos específicos, o que é informado ao candidato no momento da inscrição.

Em uma plataforma interativa, o candidato pode escolher entre diversos cursos de graduação de instituições públicas do Brasil inteiro. A inscrição é online, gratuita e realizada em uma única etapa.

O processo do Sisu fica aberto entre quatro e cinco dias. A cada dia da etapa são liberadas as notas de corte dos cursos em cada instituição participante. O candidato pode se orientar de acordo com as notas, verificando se sua nota no Enem possibilita o ingresso naquele curso. Caso sua nota seja inferior à nota de corte do curso, é possível trocar de curso durante todo o período em que o Sisu estiver aberto.

A seleção do Sisu acontece duas vezes ao ano e disponibiliza milhares de vagas dentro das mais de 100 instituições participantes, que estão espalhadas por todo o Brasil.

Criado em 2004, o ProUni (Programa Universidade para Todos) é um programa de inclusão educacional voltado para ajudar estudantes que não possuem condições de pagar o valor integral das faculdades particulares a ingressar no ensino superior. Esse suporte é feito por meio da concessão de bolsas de estudo, que vão de 50% (parciais) a 100% (integrais) do valor das mensalidades.

A bolsa concedida pelo ProUni vale durante todo o curso de graduação, mas exige que o estudante cumpra todos os critérios estabelecidos pelo programa ao longo do período de estudos.

Podem participar do ProUni os candidatos que atendem os seguintes critérios socioeconômicos:

  • Bolsa parcial (50% do valor da mensalidade): deve ter renda familiar de até três (3) salários mínimos;
  • Bolsa integral (100% do valor da mensalidade): deve ter renda familiar de até um (1) salário mínimo e meio.

Além desses, o candidato deve atender a um ou mais dos seguintes critérios:

  • Ter sido aluno de escola pública durante o ensino médio ou bolsista integral de escola particular;
  • Ter feito Enem no ano anterior (com nota mínima de 450 pontos e nota da redação maior que 0);
  • Ser professor de escola pública (em exercício do magistério, integrando o quadro permanente da instituição; e cumprindo os critérios relativos ao Enem);
  • Ser uma pessoa com deficiência.

A inscrição é feita pelo site do ProUni de forma totalmente online. Para se inscrever, é necessário fornecer seu CPF e número de inscrição da última edição do Enem.

O Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) é um programa desenvolvido pelo Ministério da Educação que oferece financiamento estudantil aos educandos de graduação de instituições privadas. Assim como o do ProUni, seu objetivo é facilitar o acesso de jovens que não conseguem arcar com as mensalidades de universidades particulares ao ensino superior.

Os estudantes selecionados pelo programa do Fies recebem auxílio do Governo Federal no pagamento das mensalidades da graduação até a sua conclusão. Após o final do curso, o beneficiado deve devolver ao governo o valor financiado em parcelas mensais.

O Fies oferece três modalidades de financiamento, que não podem ser alteradas durante o curso. São elas:

  • Modalidade I: destinada a estudantes de todo o Brasil com renda per capita mensal familiar de até três (3) salários mínimos; financiamento entre 50% e 100% do curso, de acordo com as necessidades do estudante; 100 mil vagas sem taxa de juros.
  • Modalidade II: destinada a estudantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com renda per capita mensal familiar de até cinco (5) salários mínimos; 150 mil vagas com taxa de juros variável.
  • Modalidade III: destinada a estudantes de todo o Brasil, com renda per capita mensal familiar de até cinco (5) salários mínimos; 60 mil vagas com taxa de juros variável.

Durante o curso, o aluno arca somente com o valor referente ao encargo operacional fixado em contrato e com o valor do seguro de vida exigido para a contratação do financiamento.

Após a conclusão do curso, o estudante inicia a fase de amortização da dívida. Caso ele tenha um emprego ou abra uma empresa após se formar, as parcelas são descontadas automaticamente da fonte de renda, de acordo com o cálculo do governo.

No caso de o estudante não ter renda, o financiamento será quitado em prestações mensais equivalentes ao pagamento mínimo da dívida. O prazo máximo para quitação da dívida estimado pelo governo é de 14 anos.

O Sisutec (Sistema de Seleção Unificada do Ensino Profissional e Tecnológico) é um programa desenvolvido pelo Governo Federal para facilitar o acesso ao Ensino Técnico e Profissionalizante. Seu mecanismo de funcionamento é semelhante ao do Sisu, utilizando também a pontuação obtida no Enem.

Para participar do Sisutec, o candidato deve ter participado do Enem no ano anterior, ter concluído o Ensino Médio e não ter zerado a redação.

Após a inscrição, o candidato pode ver todos os cursos técnicos oferecidos e selecionar duas opções de sua preferência, indicando também a qual modalidade deseja concorrer. Assim como no Sisu, no Sisutec o candidato pode comparar sua nota do Enem com a nota de corte do curso e modalidade desejados. As preferências de curso podem ser alteradas enquanto o período do Sisutec estiver aberto.

As instituições de ensino técnico e superior

As universidades públicas têm três objetivos fundamentais: oferecer ensino superior público e gratuito à população; realizar pesquisa científica; oferecer projetos de extensão para retorno do investimento à comunidade.

As universidades federais são instituições de ensino mantidas pelo Governo Federal, e são o tipo de universidade pública mais comum no país, somando 69 entre as cinco regiões brasileiras. Há ao menos uma universidade federal em cada estado e no Distrito Federal. No estado de São Paulo há três: Unifesp, UFABC e UFSCar.

Em 2004, o Enem passou a ser usado como método de ingresso em universidades federais; desde então, aumentou o número de universidades que aceitam o Enem como processo seletivo. Atualmente, a maioria das universidades federais do Brasil têm como forma de ingresso parcial ou total a participação no Enem pelo Sisu.

Cursos que exigem análise de habilidades específicas, como boa parte dos de Arquitetura e Urbanismo e Música, não estão inclusos no Sisu. Neste caso, as instituições aplicam provas específicas como complemento à seleção pela nota do Enem.

As universidades estaduais, por sua vez, são mantidas pelos seus respectivos estados.

O Brasil possui 42 universidades estaduais espalhadas pelas cinco regiões. Em São Paulo há quatro universidades estaduais: USP (com o principal campus em São Paulo e alguns outros campi em cidades do interior), Unicamp (com o principal campus em Campinas), Unesp (quase todos os campi em cidades do interior) e Univesp (virtual).

O ingresso nas universidades estaduais costuma ocorrer por meio de seus vestibulares tradicionais ou, em alguns poucos casos, de processos seletivos seriados (com provas nos três anos do ensino médio). Algumas universidades estaduais costumam usar a nota do Enem/Sisu como forma de ingresso para uma parte das vagas ou como complemento à nota.

O ensino técnico compõe uma categoria de ensino voltada à formação de profissionais para o mercado de trabalho. Diferentemente das universidades, que oferecem uma visão mais ampla sobre o conhecimento, os cursos técnicos são mais voltados à prática profissional, visando formar trabalhadores.

Os cursos técnicos estão em um nível entre o Ensino Médio e o Ensino Superior e podem substituir o Ensino Médio ou ser feitos durante esta etapa. O ensino técnico é dividido em três categorias:

  1. Curso Técnico Integrado: substitui em partes o Ensino Médio, podendo ser iniciado logo após o término do Ensino Fundamental.
  2. Curso Técnico Externo ou Concomitante: acontece em separado do Ensino Médio, e pode ser feito em paralelo.
  3. Curso Técnico Profissionalizante ou Subsequente: recomendado para quem já finalizou o Ensino Médio e deseja realizar um curso técnico.

A divisão dos cursos técnicos é feita em 13 eixos tecnológicos, que são:

  • Ambiente e Saúde
  • Controle e Processos Industriais
  • Desenvolvimento Educacional e Social
  • Gestão e Negócios
  • Informação e Comunicação
  • Infraestrutura
  • Militar
  • Produção Alimentícia
  • Produção Cultural e Design
  • Produção Industrial
  • Recursos Naturais
  • Segurança
  • Turismo, Hospitalidade e Lazer

Conhecendo os vestibulares no estado de São Paulo

Para além do Enem, também existem outras provas/vestibulares que o candidato precisa prestar para ingressar em uma universidade pública. No caso das universidades estaduais de São Paulo, essas provas são a Vunesp (vestibular da Unesp), o vestibular da Unicamp e a Fuvest (vestibular da USP).

A Vunesp é dividida em duas fases. A primeira fase é composta por uma prova de conhecimentos gerais, possui 90 questões de múltipla escolha, com cinco alternativas cada, e tem duração de 5 horas.

São 30 questões divididas entre cada uma das áreas abaixo:

  • Linguagens e Códigos: Língua Portuguesa e Literatura, Inglês, Educação Física e Arte;
  • Ciências Humanas: História, Geografia, Filosofia e Sociologia;
  • Ciências da Natureza e Matemática: Biologia, Química, Física e Matemática.

Já a segunda fase é dividida em dois dias e possui questões do gênero discursivo. No primeiro dia, são 24 questões (12 de Ciências Humanas e 12 de Ciências da Natureza e Matemática), enquanto que no segundo dia são 12 questões de Linguagens e Códigos e uma redação. Em cada um dos dias, o tempo de duração é de 4 horas e meia.

O Vestibular da Unicamp também é composto por duas fases. A primeira fase tem 90 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas. As questões estão divididas da seguinte forma:

  • 13 de Língua Portuguesa e Literatura
  • 13 de Matemática
  • 9 de História
  • 9 de Geografia
  • 9 de Física
  • 9 de Química
  • 9 de Biologia
  • 7 de Inglês
  • 12 questões interdisciplinares

Conteúdos relativos a Filosofia aparecem misturados com os de História e Geografia.

Já a segunda fase do vestibular da Unicamp é aplicada durante três dias. No primeiro dia, os candidatos realizam as provas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. No segundo dia, são as provas de História, Geografia e Matemática. Por fim, o último dia é reservado às provas de Física, Química e Biologia.

São seis perguntas para cada disciplina e a duração de cada prova é de quatro horas.

Assim como a Vunesp e o Vestibular da Unicamp, a Fuvest também é dividida em duas fases. Na primeira fase, a prova possui 90 questões de múltipla escolha, de cinco alternativas cada questão. O tempo de duração é de cinco horas.

As questões são divididas entre as disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura, História, Geografia, Matemática, Física, Química, Biologia e Inglês. Há também questões interdisciplinares.

Já a segunda fase é composta por dois dias de prova, com duração de quatro horas cada. O primeiro dia tem 10 questões discursivas de Língua Portuguesa e uma redação. Já o segundo dia terá 12 questões discursivas sobre duas a quatro disciplinas, a depender da carreira escolhida pelo candidato.

Cotas

As cotas são ações afirmativas aplicadas nas universidades públicas com o objetivo de diminuir as diferenças econômicas, sociais e educacionais entre pessoas de diferentes classes sociais do país.

A Lei de Cotas (12.711/2012) existe desde 2012 e exige que universidades e institutos federais reservem 50% de suas vagas em processos seletivos para os públicos abarcados pela lei, sendo os outros 50% destinados à ampla concorrência.

De acordo com a Lei de Cotas, pessoas com deficiência e estudantes de baixa renda familiar que cursaram o Ensino Médio completo em escola pública têm direito às cotas sociais.

Dos 50% das vagas, 25% são destinados a educandos com renda familiar bruta total menor que 1,5 salário mínimo. Os outros 25% são destinados a educandos com renda familiar bruta total maior que 1,5 salário mínimo. Dentro deste último grupo entram as cotas raciais.

As cotas raciais são um subgrupo das cotas sociais e foram adotadas especialmente como uma medida de reparação histórica pelo período de escravidão dos povos negros e pela exploração e genocídio dos povos indígenas ao longo da história do Brasil. Por isso, no país as cotas raciais são voltadas a pretos, pardos e indígenas.

Têm direito às cotas raciais os candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas que fizeram o Ensino Médio completo em instituições públicas.

A divisão das cotas raciais entra dentro da divisão de vagas das cotas sociais, nos 25% destinados a educandos com renda familiar bruta total maior que 1,5 salário mínimo.

Para saber qual será o número de vagas, a instituição de ensino deve usar como base o dado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de pretos, pardos e indígenas que vivem naquela região do país. Ou seja, dependerá da quantidade de habitantes negros e indígenas para que o número final de vagas destinadas às cotas raciais seja definido.


Aprovados

Nestes anos em funcionamento, já tivemos vários estudantes que conseguiram entrar em cursos superiores em instituições públicas e privadas! São elas e eles:

  • Caio Gouveia / História UFF Campos
  • Luana Baracho / Ciências Sociais USP Butantã
  • Nayra Teles / Jornalismo (ProUni 100%) Anhembi
  • Felipe Barbosa / Administração USP Ribeirão
  • Mariana Bavaresco / Nutrição (ProUni 100%) FMU
  • Bruna Fagerston / Pedagogia USP Butantã
  • Giovanna Gomes / Matemática UEMC
  • Mariana de Fátima / Enfermagem (ProUni 100%) FMU
  • Letícia Barreto / Contábeis (ProUni 100%) Uninove
  • Gustavo Stanev / Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ProUni 100%) FMU
  • Camila Cardoso / Ciências Sociais UFGD
  • Rui Augusto / Técnico em Mecânica ETEC
  • Giovanna Paiva / Sistemas Biomédicos FATEC

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  • LINGUAGENS: Gramática / Literatura / Redação / Inglês / Espanhol
  • MATEMÁTICA: Álgebra / Geometria
  • CIÊNCIAS DA NATUREZA: Física / Química / Biologia
  • CIÊNCIAS HUMANAS: História / Geografia / Filosofia / Sociologia

Caso você tenha interesse em ser um professor voluntário, fique ligado aqui no nosso site ou nas nossas redes sociais, lembrando que o período mais propenso para a seleção de novos professores é o de início ou final dos períodos letivos (janeiro/junho).


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